domingo, 29 de janeiro de 2017

Uspallata

Dia 29 de janeiro, domingo
Suco, medialunas, café e leite. Saída para Uspallata às 9h. Eram 400km de estrada. Neste dia as estradas foram bem melhores. Paramos para um café num posto e logo depois começamos a ver plantações de uva. Passamos pelas bodegas Séptima e Ruca Malen às 16h chegamos em Uspallata, no Hostel Cerro del Cobre, que tem apenas 1 ano de funcionamento, fica na ruta 7 e é bastante limpo, organizado. Ficamos com um quarto exclusivo para os 8 apesar de ter beliches e cama para acomodar 11 pessoas. O hostel é num lugar bem bonito, todo construído em toras de madeira, avermelhadas, tem fileiras de álamos plantados ao seu redor e fica em frente de uma linda montanha de vários tons terrosos, tudo isso bem característico da localidade. Oferece inclusive lavanderia, cozinha industrial, forno de barro  e churrasqueira na parte externa. Pagamos a diária com café da manhã. Almojantamos às 17h, na esquina principal do povoado e depois compramos algum artesanato. Neste dia comemos o único sorvete ruim da viagem, super artificial. Enquanto o Cascata decolava o drone e fazia fotos do entorno do hostel, a Débora e o Ricardo deram uma pedalada pelas cercanias.

Dia 30 de janeiro, segunda-feira
O café da manhã foi um péssimo investimento: pão de sanduíche tostado frio, café, leite, geleia, doce de leite. Se soubéssemos de antemão, teríamos optado pela diária sem café, 50 pesos mais barata. Compramos pães grandes e quentinhos, queijo, presunto, manteiga, água e uvas numa fiambreria para a expedição do dia. Depois da viagem de 70km, somente por ótimas estradas e rodeados de paisagens grandiosas, de altas montanhas pedregosas em tons de verde, vermelho, amarelo, marrom e branco, vários túneis e, avistando uma procissão que ia a cavalo ao pé das montanhas, monitorada pelo exército, chegamos a Puente del Inca. O interessante do lugar são as ruínas de um hotel de banhos termais construído em 1917 para ser ponto de parada do trem que ligava Mendoza a Santiago. O hotel tinha um túnel subterrâneo, de 2m de largura, que levava aos aposentos para banhos, construídos na margem de um rio, cujas águas depositam minerais (óxidos de ferro e carbonato de cálcio) que cobrem objetos transformando-os em perfeitas esculturas, que são vendidas nas banquinhas do lugar. Segundo uma sra que os estava comercializando, de 20 a 30 dias são suficientes para que algo que fique mergulhado se torne duro e da cor ocre, como se fosse uma pedra. Assim, há desde garrafas até sandálias para vender. Continuamos de van até o Parque Nacional Aconcágua. Recebemos informações e compramos ingressos no Centro de Visitantes, a 20 pesos por pessoa. Sentados em uma mesinha junto ao estacionamento e olhando a grandeza das montanhas que nos cercavam, preparamos sanduíches com o pão que ainda estava um pouco quentinho, maravilhoso. Passarinhos dividiam os farelos ao redor. A caminhada que fizemos foi pela trilha inicial, com circuito bem marcado e que tem duas lagoas, uma delas quase seca nesta época, que em sua ponta dá vista ao grande monumento nevado. Avistávamos a face sul do Aconcágua. Alguns continuaram mais um tempo até a ponte pênsil que é o último acesso para o nosso tipo de ingresso, a partir dali o valor seria maior - e o esforço também! Eventualmente passavam mochileiros que iriam adiante, para acampar nos pontos mais adiante - Confluência (3h de caminhada) , Plaza de Mulas (11h - base para os corajosos montanhistas que escalam). O filme Sete Anos no Tibete foi filmado ali e também outros locais da região por considerarem a paisagem muito parecida! Quando retornamos para a van iniciou uma chuva forte, tivemos que dar carona a duas mochileiras brasileiras até o ponto de ônibus para irem a Mendoza. Retornamos a Uspallata ainda com sol e decidimos ir até o Cerro das Siete Colores (sim, há um aqui também, não apenas em Purmamarca), a alguns quilômetros do centro. O lugar é bastante árido e o solo revela toda a  diversidade de componentes nas colorações de amarelos, roxos, vermelhos e verdes. Para voltar, o Artur, Ricardo e Cascata optaram por pegar as bikes, apesar dos avisos de que novamente viria chuva. Passaram-se 15 minutos e iniciou uma chuva gelada que logo passou a ser de granizo. Somente o Cascata havia colocado o capacete, então, os outros dois levaram pedradas na cabeça por um tempo considerável. Nos encontramos no hostel - os ciclistas embarrados e encharcados. O banho foi bom apesar da falta de energia por um período. Jantamos no mesmo restaurante, que aceitava cartão de crédito. Neste dia o Ricardo e o Cascata comeram o famoso "chivo" (cabrito), assado da região. Gostaram muito da carne, parecida com a ovelha, mas mais magra e suave.

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