sábado, 16 de julho de 2016

Mount Baw Baw e 12 Apóstolos

14 de julho, quinta
Acordamos cedinho, ainda escuro, para buscar as correntes e seguir ao Mt. Baw Baw, que estava a uns 40km. Iniciamos um trajeto de paisagens rurais muito bonitas, com celeiros, pastagens verdes que pareciam tapetes, casas bonitinhas e, depois, florestas de enormes eucaliptos e xaxins, mas, nada de neve. Estávamos duvidando que havia muita neve, quando, numa das curvas entre a floresta, avistamos uma casinha de controle, na beira da estrada, que indicava o início da zona de risco e onde uma moça não muito simpática, que trabalha como controladora de acesso, cobrou 10 dólares para colocar as correntes para nós. Após algum tempo serpenteando na estrada, que passou a ser mais estreita e úmida, estávamos na paisagem branquinha, coberta de neve. Chegando ao topo da montanha, alguns rapazes indicavam onde estacionar e seguimos ao Guest Service, ali pegamos nossa senha para digitar na entrada da cabana e nos informamos sobre as atividades do local. Nevava fininho, não havia sol. Arrastamos as malas e mochilas do carro até a cabana, afundando os pés na neve e desviando da vegetação pesada com a neve acumulada. Nossa cabana era a Everest, que fica no meio do bosque, é pintada de verde escuro, muito bonita e, logicamente, com calefação em todos os ambientes. Tem vários quartos com beliches, banheiros compartilhados, uma grande sala de estar, com TV, sofás, integrada a uma cozinha com quatro mesas grandes, 5 fogões, 4 geladeiras onde os hóspedes podem cozinhar e guardar seus mantimentos. A cozinha é muito bem aparelhada. Nosso quarto é para 8 pessoas. Preparamos um café da manhã, enquanto uns jovens fritavam ovos com bacon.
Depois, fomos "aproveitar" as atividades, mas, inicialmente, alugar botas, roupas apropriadas, pranchinhas de tobogã e de snowboard. Estava muuuuito frio, eventualmente nevava e ventava. A estrutura do local é grande, tem várias atrações. Muitas famílias com crianças pequenas em todo o lugar. O snowboard se revelou bem mais difícil que o esperado, nem subir no lift ( um teleférico em que a pessoa apenas coloca um suporte entre as pernas e se equilibra para ser puxada morro acima) era fácil. Depois de horas tentando se equilibrar na prancha e descer de pequenos morrinhos alguns conseguiram, finalmente, ir até o topo e descer na prancha de snowboard. Já as duas pranchinhas de sentar, para tobogã, foram usadas pela Luísa e pela Débora apenas uma vez e não fizeram muito sucesso. Alguns foram mais persistentes que outros e, no meio da tarde já estávamos satisfeitos de nossas aventuras na neve. É impressionante ver as pessoas que esquiam com destreza, gente de todas as idades, sendo até mesmo um senhor de seus 70 anos, cego, que esquiava com as indicações de guias que iam ao lado dizendo a direção a seguir. Uma mulher, esquiava de saia longa e sem os bastões de mão! Reservamos lugares no único restaurante do lugar para jantar e todos pedimos carne de canguru, que veio acompanhada de um purê de abóbora e uma redução de blueberries. Muito bom! Dormimos bem, depois de desligar a calefação do nosso quarto, que estava extremamente quente.


15 de julho, sexta
Acordamos cedo, alguns tomaram banho pela manhã. Preparamos nosso café depois que o Ricardo e o Artur buscaram pão num mercadinho. Em seguida, carregamos nossas mochilas pela neve até o estacionamento e saímos, em velocidade baixa e constante até podermos retirar as correntes das rodas dianteiras. Chegamos ao povoado de Neerin para devolver as correntes e seguimos viagem, observando as propriedades rurais com ovelhas, gado, em colinas tão verdes que eram de dar inveja aos Teletubbies. Depois de várias horas no carro, chegamos à baía - Port Phillip Bay, onde pegamos o ferry, para atravessar a barra, de Sorrento a Queenscliff. A travessia durou 40 minutos e não havia muita gente a bordo. Tomamos uns cafés "latte" e refrigerantes, observando o mar. Desta forma, evitamos passar por dentro de Melbourne. As estradinhas interioranas que pegamos para continuar até o nosso próximo alojamento passavam por lindas vilas, cidadezinhas litorâneas com casas bem cuidadinhas, jardins floridos, algumas casas com varandas enfeitadas em estilo vitoriano. No campo, muito feno acumulado, em grandes rolos ou blocos armazenados para esta época de frio. Em um excesso de confiança no GPS acabamos entrando na sede de uma propriedade rural...tivemos de reprogramar para seguir pelas vias mais rápidas e não as mais curtas. Chegamos na hospedagem Twelve Apostles Cottages quando já havia escurecido, na estradinha não passava ninguém. Os donos da hospedagem rural nem estavam lá, haviam deixado a chave dentro da casa, era só abrir a porteira e se instalar. Tínhamos duas casas para nós - uma cabana de dois quartos e outra casa maior, com dois quartos de casal. Ambas muito boas, climatizadas, bem equipadas. A família, dona da propriedade, mora numa cidade próxima, fez as casas para alugar e recebe gente de todos os lugares do mundo que vem visitar os famosos "Doze Apóstolos", conforme as mensagens deixadas nos livros de hóspedes, em várias línguas. Jantamos na pequena localidade de Port Campbell, a 20 minutos da fazenda, num restaurante italiano muito bom. Tomamos uns vinhos australianos e dormimos bem ;)


16 de julho, sábado
Acordamos cedo e fomos ver a principal atração do local, de cima dos penhascos da orla, o que se denomina Doze Apóstolos. No trajeto passamos por muitos wallabis (pequenos cangurus) na beira da estrada. A manhã estava fria, muito ventosa e, infelizmente, nublada. As fotos teriam ficado melhores caso fizesse sol, mas avistar as grandes formações rochosas esculpidas pela água do mar e pelo vento, de perto, é muito bonito. Quem estava desde cedo lá, eram os fotógrafos equipadíssimos, com enormes lentes e seus tripés, fazendo time lapse. Um pouco mais adiante, alguns desceram o penhasco em escadarias que levavam até a praia, para ver de outro ângulo o cenário. Depois voltamos a Port Campbell para um delicioso café da manhã, pedido à la carte, cada um a sua moda. Abastecidos, viajamos a Melbourne, a primeira capital do país, vendo as colinas de campos verdinhos, muita vaca holandesa, ovelha, algumas alpacas (!) sim, há criação de alpacas em vários lugares, especialmente no sul do país. A região é produtora de laticínios e vinho. As pequenas estradas deram lugar à rodovia freeway, onde era mais fácil e tranquilo dirigir, inclusive pela mão inglesa, que não é automática para nós.

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