terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Viñales

Dia 22 de janeiro, terça
Após o maravilhoso café frugal da nossa amiga Celia, saímos com as bagagens em nosso carro alugado – era um chinês “Geely”, razoável, que ao ligar o ar condicionado encharcava o piso da frente d’água. Deixamos acertadas mais duas diárias na casa da Celia, para a volta, pois ainda queríamos ver mais da linda e pitoresca Havana hospedados neste conveniente e familiar B&B.
Para sair daquele centro foi um pouco confuso por causa das ruas muito estreitas e do trânsito de bicitáxis, cocotáxis, motos, carros de todo o tipo e muitos pedestres, mas logo estávamos beirando o mar, acompanhando o Malecón e passamos pelos bairros mais novos, pelo setor das embaixadas e prédios mais arrumadinhos, depois os grandes hotéis e, mais além, iniciou a zona rural. Não vimos miséria, nunca. A estrada não é ruim, o trânsito é muito pouco, inclusive de caminhões. Passamos por plantações de frutas, cana, e principalmente, tabaco.




A carona é instituição em Cuba e disto já sabíamos antes de viajar, por blogs e textos lidos, então, entramos na onda da camaradagem e levamos um caroneiro, que nos abordou ao diminuirmos a velocidade em um cruzamento com quebra-molas. Ele pediu, gentilmente, se poderíamos levá-lo a Pinar Del Rio. O nosso 1º caroneiro, Alain, é especialista em controle de qualidade do tabaco. Segundo ele, é um dos 12 cubanos que atualmente está estudando esta especialidade. Alain nos levou a uma plantação e secado de tabaco, conversamos com trabalhadores que estavam na lida e ele próprio nos explicou todas as etapas, do cultivo à preparação dos charutos, contando sobre as características de cada marca inclusive. Compramos 2 Cohibas ali, enrolados no jornal, do produtor, em Pinar Del Rio, cidade onde mora e onde ficou Alain.
Depois, seguimos para Viñales, a 190 km da capital, nosso destino neste dia. Alguns quilômetros antes de chegar a Viñales passamos por uma serra , paramos em um mirador onde também havia um centro de informações. Podíamos ver, de longe, a pequena e verdejante Viñales, apelidada de Jardim de Cuba, no meio de um vale onde se destacam os “mogotes” – formações calcáreas muito características do lugar, declarado pela UNESCO Paisagem Cultural da Humanidade. Estes mogotes,são montes no meio da planície, dentro deles se pode visitar numerosas cavernas e rios subterrâneos. Como estas atrações naturais eram pertinho da vila de Viñales, à tarde fizemos a visita à Caverna do Índio. Ali caminhamos em túneis escuros e andamos de bote (havia muitos turistas) no rio subterrâneo.
Dirigindo mais um pouco na zona rural, conhecemos o assentamento de Moncada e depois entramos mesmo na cidadezinha. Em Viñales, tínhamos uma indicação de casa para ficar, mas como estava lotada, nos conduziram até um vizinho que poderia nos receber. Isto aconteceu muitas vezes – sempre um vizinho leva até outro, ou a um parente quando ele mesmo não pode hospedar. O Sr. Oscar Jaime que nos hospedou, construiu suítes bem ajeitadinhas, nos fundos de sua casa, para alugar, e serve café da manhã. Assim como ele, muitos cubanos têm vivido muito bem do turismo e a partir dele conseguem investir em melhorias para a própria casa e acomodações de aluguel, então, tínhamos camas confortáveis, banheiro, ventiladores de teto e até ar condicionado e frigobar em alguns locais.
Saímos para jantar num restaurante recomendadíssimo pelos sites e guias de turismo – Don Tomás - refeições muito boas, sempre precedidas de drinks típicos, cerveja e/ou sucos saborosos de frutas. O restaurante fica num aconchegante e antigo sobrado de madeira, muitos casais de estrangeiros jantavam também. Voltando pela rua principal, ouvíamos música por todos os lugares, assim como em qualquer cidade de Cuba, o som é de música alegre, sempre. Ao lado da igreja estava o “Polo Montañez”, o clube tinha muita música típica rolando. Resolvemos tomar umas piñas coladas no Centro Cultural, onde também havia música ao vivo e a Luísa foi tirada para dançar por um cubano que buscava companhia estrangeira. Se tivéssemos ficado mais tempo, ela teria aprendido bem os passitos com o guajiro!

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