sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Trinidad

23 de janeiro, quarta
Acordamos com o tempo fechado, um chuvisqueiro. No café da manhã da casa do Sr Oscar, muita fruta, mel, sucos ótimos, leite e café, pão, tudo excelente. Para viajar o tempo até que era bom, seguimos viagem para a cidade histórica de Trinidad. No caminho, paramos à beira da estrada para uns cachorros quentes (local não muito higiênico), demos algumas caronas – mais curtas do que a do Alain.
A estrada sempre boa e pouco trânsito, muitos “outdoors” com propaganda do governo, muita exaltação aos heróis revolucionários, frases de efeito proferidas por Fidel e Che. Um tipo bem específico de manifesto/homenagem que vimos por todas as cidades, ruas e mesmo nas casas particulares, era a referência aos 5 presos políticos que estão nos EUA. Em pequenos monumentos ou pinturas em fachadas, tais manifestações sempre trazem a palavra “Volverán” e os nomes dos 5 cidadãos (Gerardo, Fernando, René, Ramón e Antonio), por vezes cada nome associado a uma ponta de uma estrela desenhada. O povo cubano pede, em várias instâncias e órgãos internacionais, a libertação destes cidadãos, presos há 15 anos (alguns com prisão perpétua) nos EUA e destacam seu patriotismo na defesa dos valores do socialismo.
Na passada pela cidade de Cienfuegos, pegamos informações sobre o funcionamento do “Delphinário”, que nos interessava visitar. Voltaríamos noutro dia para ver os golfinhos e suas habilidades. Ao chegarmos à tarde em Trinidad buscamos o endereço da sra Rosa, que poderia nos hospedar, segundo o Sr. Oscar. Em todos os lugares fizemos da mesma forma – a última “pousada” indicava a próxima. Nem sempre dava certo. Neste caso, não deu, a sra Rosa nos recebeu, com café, mostrou a casa, mas ela estava com outros estrangeiros e por isso, chamou um vizinho, que mandou o filho de bicicleta nos buscar. Nos sentíamos verdadeiramente em casa, em todos os lugares que ficamos. Quem nos recebeu definitivamente em Trinidad foi a sra Isabel, apelidada “La China” porque tinha feições um pouco orientais.
Trinidad é uma das cidades mais antigas de Cuba – fará 500 anos em 2014! Um centro histórico tipo uma Ouro Preto beeeeem mais antiga. Estilo colonial, casas coloridas, calçamento bem irregular, igreja, praças, casas com pés direitos muito altos e portas de madeira bem características, grades de madeira trabalhadas nas enormes janelas, etc. Saímos para jantar e vimos algumas lojinhas. Tudo a pé, pois estávamos bem localizados. Os carros antigos em todo o país são lindos, únicos, coloridos, rendem ótimas fotos. Nesta noite o Ricardo conseguiu algumas muito boas.




24 de janeiro, quinta
Após o café da manhã bem servido na casa da família de La China, visitamos o centro histórico de Trinidad. Vimos o Museu da Luta Contra Bandidos (!), a praça principal. Também fomos a um barzinho chamado “Canchánchara”, que tinha música ao vivo, um senhor mostrando como fazia charutos e servia um drinque que levava o nome do local.
 Depois decidimos pegar o carro e ir para os arredores da cidade, a fim de conhecer o Vale dos Engenhos de Açúcar, muito bonito. Fomos até um mirador, vimos a via férrea que transportava a carga açucareira da região. Hoje muitos engenhos são apenas memória de um tempo áureo da produção da cana. Comemos uns sanduíches no restaurante /mirador e depois voltamos à cidade.
À noite procuramos um local mais bacana para a janta e fomos às “Terrazas” de um restaurante que prometia ser diferenciado. Nada de mais, infelizmente também estava ventando bastante e havia gente fumando perto de nós, enfim, não foi agradável. De qualquer forma, sempre aproveitávamos para provar algum prato diferente e drinques ou cervejas cubanos.

25 de janeiro, sexta
Neste dia nos programamos para viajar até a cidade litorânea de Cienfuegos. O destino principal era o Delphinário, que é um empreendimento do governo, como tudo em Cuba, bem organizado e bonito, atrai muitos turistas. Neste dia um grande grupo de canadenses que estava num hotel  próximo veio assistir à sessão de performance dos golfinhos. Os animais eram lindos, ágeis, bem treinados, fizeram muitas acrobacias. Mas o momento mais especial era após o show – quem queria nadar com os golfinhos? Por um valor a mais, as pessoas podiam entrar na água, acariciar, receber “beijinhos” e – o máximo – ser levantado por dois golfinhos – um “focinho” em cada pé.
Este foi, talvez, o momento mais bacana de toda a viagem para o Artur, ele não mais cabia em si de felicidade. Dizia que seria adestrador de golfinhos. Realmente foi algo inesperado que os golfinhos levantassem as pessoas! E eles fizeram isto com vários turistas.
Após este espetáculo todo, lanchamos e decidimos visitar o centro da cidade. Há um bairro, chamado Punta Gorda, que teve seus tempos de glamour e ainda preserva muito bem seus casarões e prédios bem estilosos, em terrenos bem cuidados, à beira do mar, em uma península linda, frente ao mar cristalino. O calçadão que acompanha toda a orla é um convite a um passeio descansado, pouco movimento, com vistas maravilhosas. Já mais no centro comercial da cidade, visitamos uma praça tradicional, um calçadão “Boulevard”, o antigo Teatro Tomas Terry, interessante, lindo e bem restaurado, onde já cantou Caruso. Para contrastar com este cenário antigo de cidade que parou no tempo, vimos uma exposição bem conte
mporânea, de um artista que criou pinturas com releituras de imagens tradicionais de Fidel, Che. Almoçamos no Bom Paladar, que fica nos fundos da residência de um senhor empreendedor que atende muito bem, com sua equipe de garçons. Cardápio variado e cheio de turistas. Retornamos à Trinidad à noitinha - anoitece cedo – pelas 18h!A noite prometia uma alegria maior ainda que os golfinhos. Esperamos na fila da internet na empresa pública junto à praça e, depois de mais ou menos 1h30min a Luísa conseguiu acessar a página da UFRGS e viu seu nome no listão. Nossa menina era uma caloura da Engenharia Ambiental 2013!!!!! Merecia muitas comemorações ao longo da viagem. Saímos para jantar camarão e massa.

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