domingo, 24 de julho de 2016

Brisbane

Dia 23 de julho, sábado
Viajamos a Brisbane, parando num posto para abastecer e comer umas torradas com café. Fomos direto ao Lone Pine Koala Sanctuary, um lugar que afirma fazer a reintrodução de animais na natureza, mas, na verdade, nos decepcionamos um pouco em ter apoiado o empreendimento que, nos pareceu uma exploração dos bichinhos. É um zoo que oferece interação com coalas - filas e filas de gente para tirar foto com o coala no colo. Muitos famosos e personalidades mundiais têm sua foto no local, emoldurada. Nós desistimos de tirar foto ao ver aquilo, pois não nos pareceu legal para os coalas, que eram segurados por funcionários (bem atenciosos e cuidadosos, é verdade) que acomodavam os bichinhos no colo dos turistas. Periodicamente os coalas eram levados para um local de "descanso" entre galhos de eucalipto e eram substituídos por outros, pois deviam ficar estressados. Havia muitos outros coalas em outras áreas do parque, sempre em galhos de eucalipto, dentro de cercados baixos, para evitar a aproximação do público. Muito bonitinhos e lentos. Os coalas dormem em média 20 horas por dia, então, a maioria descansava e fazia movimentos lentos, eventualmente se coçando, se virando, subindo um pouco mais nos galhos. Algumas mamães com seus filhotes agarradinhos eram os mais fotografados. O "santuário" também exibia wombats (talvez o bicho mais estranho dos que vimos, parece um coelho, misturado com hipopótamo, sei lá...), équidna (o porquinho espinho daqui), diabo da tasmânia (uns cachorrinhos selvagens pretos brabos), e o mais esperado pelo Ricardo: o ornitorrinco, ou em inglês, "platypus" - que nadava rápido num grande aquário e era bem menor e mais bonitinho que imaginávamos. O parque tinha ainda morcegos enormes, cacatoas e papagaios, um show com aves de rapina. Conhecemos o emu (maior que nossas emas) e o casuar que é como um avestruz de corpo preto - parecendo pelos e não penas! - com pescoço azul claro, papo vermelho e um chifre largo, algo muito pré-histórico. Tudo é muito bonito, bem cuidado e a área de descanso e piquenique muito agradável. Muitos turistas também interagiam com os cangurus e wallabies, que tinham uma área de campo cercada, grande, e também um espaço onde as pessoas não podiam entrar, para descansarem. Com certeza foi bem mais legal termos visto os cangurus livres, no parque Morisset!
Às 14h em ponto estávamos fazendo o check-in no centro de Brisbane, onde ficava nosso ótimo hotel que se revelou bem localizado para acessarmos o centro a pé e tinha garagem para deixarmos a van. Caminhamos até o rio, passando por avenidas não muito movimentadas, talvez por ser sábado. Na orla, o calçadão era um deck paralelo ao rio e ali, sim, bastante gente aproveitava a maravilhosa tarde de calor. Pegamos o City Hopper, um barco de transporte gratuito que vai fazendo paradas e levando gente que apenas quer atravessar para o outro lado ou está passeando pela cidade. O interessante é que o rio passa exatamente pelo centro da metrópole, cheia de atrativos dos dois lados. Muita gente se exercitava, correndo, remando e, até mesmo, fazendo rappel numa bordas que era um paredão de rochas. A cada estação o público se renovava dentro do barco. Veleiros fundeados completavam a paisagem. Passamos por um bonito museu náutico numa das margens. Descemos na estação South Banks, como nos foi recomendado, por ser um lugar legal. Realmente, foi uma grande dentro - ali se concentra a maior parte das atrações de lazer e cultura, sempre na orla do rio, seguiam-se diferentes setores para serem desfrutados. Havia gente de todo o tipo e cultura aproveitando os jardins e gramados para fazer piquenique, ou em bares chiques onde alguns usavam roupa de festa e iniciavam um evento com champagne ao lado de gente que estava em roupas de corrida tomando uma cerveja, olhando o rio. Passamos por uma grande horta/jardim/pomar comunitária, linda e bem cuidada, que exibia suas regras: espere até a planta estar pronta para ser colhida, peça ajuda de um de nossos voluntários. Tinha canteiro de aipim, de couve, de beringela, pimentão, vasos com temperos, bananeira, goiabeira e várias outras verduras e frutas que eram admiradas pelas crianças e algumas pessoas que não conheciam alguma daquelas. Na sequência do calçadão, uma enorme piscina / praia artificial de areias branquinhas e coqueiros, várias pessoas aproveitando para se refrescar na tarde de calor. Depois entramos em uma passarela de madeira que levava a uma pequena floresta tropical plantada à beira do rio. Mais adiante ainda, um playground enorme, um templo oriental bonito e iluminado, a enorme roda gigante (parecida coma London Eye), um largo de barracas de comida e food trucks e, finalizando este setor, museu de arte, teatro, auditório e biblioteca. Uma qualidade de vida invejável. Parecia que toda a população estava aproveitando a cidade, de uma forma ou de outra. Já anoitecia quando atravessamos a ponte avistando a roda gigante se iluminar. Jantamos em um restaurante italiano que estava cheio, bem no centro, onde praticamente só estrangeiros atendiam. Falamos com um rapaz de São Paulo que era um dos ajudantes e fazia a massa. Muito bom. Caminhamos até o aparthotel, para gastar umas calorias...é




Dia 24 de julho, domingo
Tomamos o café da manhã "continental", incluído na diária do aparthotel, e saímos às 8h30, com muito chão pela frente. 978 km nos separavam de Sydney. Passamos por alguns parques e reservas ambientais no caminho, infelizmente, havia vários cangurus mortos na beira da estrada. Também cruzamos por plantações de maçã e de uvas, região vinícola. Casinhas típicas de madeira e grandes varandas com cerquinhas rendadas, uma escadinha que leva até a varanda, às vezes com treliças nas aberturas ou molduras de madeira rendadas. Nos surpreendemos ao sair do carro e sentirmos a temperatura externa, que estava em 5 graus centígrados. Almoçamos no caminho, depois de andar uns 300km, numa taverna, muito interessante e com comida bem boa e duas lareiras acesas. Mais adiante, continuamos subindo e chegamos a 2 graus centígrados, então, passamos por Armidale, cidade mais alta da Austrália. Estávamos no interior do interior da Austrália, fazendas de ovelhas, vacas, campos, eventualmente uma pequena cidade, sempre bonitinha, bem cuidada, com escolas pequenas, mas bonitas, construídas em estilo britânico sóbrio com tijolos à vista escuros e, em geral, uma igrejinha, do mesmo estilo arquitetônico ao lado.

O por do sol maravilhoso pintou o céu atrás de nós de laranja, vermelho e amarelo, em uma cachoeira de pequenas nuvens. Tivemos de parar na estrada para fotografar. Uma raposa caminhou na estrada em nossa frente. Às 18h já era noite fechada e a estradinha era cada vez mais sinuosa, agora, descendo a serra. Íamos cuidando para não sermos surpreendidos por algum canguru. Logo o céu do interior australiano revelou a via Láctea, a noite estava fria e muito estrelada. Resolvemos dormir em Newcastle, a 140km de Sydney para não exigir demais dos motoristas que  se revezaram durante o dia, que foi o mais longo dentro do carro. Nesta noite, o lanche, rápido, foi no Mac Donalds. Desta vez, o aparthotel alugado hoje à tarde, não tinha nem chave escondida embaixo do tapete ou em cofres na entrada, era só digitar senhas na entrada dos prédios e dos aptos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário