domingo, 17 de julho de 2016

Melbourne

16 de julho, sábado
Depois de cruzar muitos condomínios na estrada, chegamos em Melbourne por uma longa ponte, já avistando dezenas de veleiros branquinhos e muitos prédios grandes e de arquitetura diferente da metrópole. Estacionamos na região das Docklands, com píers muito legais, modernos, repletos de bares, restaurantes, onde as pessoas aproveitavam o sol do sábado. As ciclovias impressionam, estão por todo o lugar, garantidas por toda a cidade e muita gente utiliza. Há bicicletas de aluguel, incluindo capacetes, em vários pontos do centro. Depois de cruzarmos algumas pontes, todas diferentes e modernosas, caminharmos pelos píers dos dois lados do rio Yarra, que corta a cidade. Resolvemos pegar o Tram, que é como chamam o bonde elétrico histórico daqui, para fazer uma volta pelos principais pontos turísticos. Há um circuito central neste Tram que é gratuito e leva muita gente que se desloca para conhecer a cidade. Achamos fácil de explorar Melbourne, que nos pareceu muito agradável para morar, com inúmeros pontos de convivência ao redor do rio, em parques verdes, jardim botânico numa área central, museus, esculturas pelas calçadas e acessos gratuitos a pontos de interesse cultural. Melbourne tem um centro com muitos prédios altos, mas logo em seguida, os bairros são de sobrados e casas. Depois de completarmos o circuito, voltamos para o carro e fomos ao bairro de Sta Kilda, mais ao sul, mas não longe do centro, bem residencial, com algumas ruas que concentram o comércio. O bairro fica numa praia, onde alugamos dois quartos, muito bons, pelo Easy Stay (no Booking, como todo o resto). Já instalados, caminhamos até a praia, passando pelo parque de diversões Luna Park, por calçadões largos em terrenos ajardinados, caminhamos pelo píer Sta Kilda, que avança uns 200m no mar e onde muita gente caminhava e via os pequenos pinguins que ficam junto aos molhes. A noite estava bonita, apesar do friozinho. A silhueta da cidade com algumas luzes coloridas refletidas na água, o céu estrelado e os veleiros fundeados faziam uma bela paisagem. Voltando ao alojamento, jantamos numa ruazinha principal, onde havia maior movimento e muitos restaurantes de comida chinesa, tailandesa, italiana.

17 de julho, domingo
Tomamos o excelente café da manhã continental no escritório central da Easy Stay e assim, estávamos preparados para conhecer melhor a capital do estado de Victoria. Deixamos a van num estacionamento subterrâneo do centro, que cobra a diária mais barata por ser final de semana e, sem saber, ao sairmos do elevador, estávamos na recepção do Hotel Ryatt, chiquerrérrimo e onde estava hospedado o vice presidente dos EUA, consequentemente, havia uma forte segurança em toda a quadra. Caminhamos pela Colins street, a rua das marcas de luxo, até o Queen Victoria Market, ponto obrigatório para os turistas. O QVM é uma grande feira, com produtos variados e bons preços, aberta todos os dias da semana. O mercado tem setores de roupas, souvenirs, artesanato, comida, muita gente circulando. Algumas coisas de camelódromo, tipo bastantão e barato, mas também algumas bancas, especialmente as de comida e artesanato, bem transadinhas. Compramos lembrancinhas e admiramos os balcões com produtos bonitos, comidas diferentes, cortes de carnes nunca vistos de tão perfeitos, tudo convidativo. A partir daí, marcamos um ponto de encontro às 14h30min no edifício Eureka, pois o Ricardo e o Artur queriam aproveitar para pedalar pela cidade.

O povo que circula por Melbourne expressa a sua característica cosmopolita. Indianos com e sem turbantes, europeus, asiáticos, norte americanos - muitas culturas, etnias misturadas, lindo de ver. Havia sol, mas o vento forte que encanava nas ruas, baixava a sensação térmica quando se estava caminhando por entre os prédios altos. Novamente o Tram nos levou até os locais que queríamos ver: primeiro o Cais Central - amplo, agradável, colorido, com veleiros e iates, bancos para tomar sol. Depois fomos ao Parlamento, um prédio histórico ao lado de um parque. Nas escadarias em frente Parlamento, estava acontecendo uma manifestação pelo fim das forças militares turcas em Chipre. Um grupo de crianças e alguns adultos em roupas típicas estavam no centro da manifestação, onde um senhor discursava ao microfone e, por vezes, a multidão repetia. Senhoras seguravam ramos de alguma árvore. A Débora até segurou uma grande faixa que um dos manifestantes pediu para que ela segurasse enquanto ele tirava umas fotos do evento (manifestante desavisada!). As luminárias da escadaria do Parlamento chamam a atenção, são muito bonitas. Ficamos pouco tempo ali e logo pegamos o Tram até o beco chamado Art Street, um local onde se concentra o graffiti e os turistas fazem selfies. Já tem tanta tinta sobreposta que um desenho acaba estragando o outro. Atravessamos a rua e ali, outra manifestação acontecia, esta, bem maior, acompanhada por muitos policiais, inclusive a cavalo. A manifestação, em frente à estação de trens central, era contra a discriminação racial. Os discursos tinham até tradução simultânea em libras. O prédio amarelo de esquina, de arquitetura linda da Flinders Street Station estava iluminado pelo sol e rendeu boas fotos. Dali caminhamos por uma das inúmeras pontes ao outro lado do Yarra para encontrar os ciclistas do grupo.
O Ricardo e o Artur nos contaram que conheceram o prédio da National Gallery of Victoria, outro de teatro e ópera e também deram uma lagarteada ao sol num dos pátios. Pedalaram um pouco mais pela beira do rio até a região dos estádios esportivos - todas construções bem contemporâneas, para abrigar as competições de rúgbi, futebol australiano e tênis, que são os esportes mais populares da "Aussie Land". Compramos os tickets para subir ao 88* andar do edifício Eureka, de onde se tem uma vista panorâmica de 360 graus de Melbourne. Foi muito lindo. Olhar toda a cidade e ver a integração do rio Yarra com a enorme baía e os navios, os parques arborizados, o setor dos estádios, o centro com seus prédios pitorescos e altos e, ao longe, os bairros residenciais, numa grande planície, deu uma ótima ideia do lugar. Melbourne realmente é linda e aprazível, deve merecer a classificação, em algumas listas, de melhor qualidade de vida no mundo. Apesar disso, é preciso dizer, pela primeira vez na Austrália, vimos moradores de rua e gente pedindo dinheiro. Food truck, Mac Donalds, viajamos 300km dormimos em Orbost, motel/hotel típico de filme, quartos térreos com porta diretamente para o estacionamento dos carros.


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